Ailton Krenak, voz reconhecida na luta dos povos indígenas brasileiros, destaca a trajetória recente dos povos nativos no Brasil. Em meio a um cenário de alternância entre avanços e retrocessos por parte do Estado, Krenak ressalta um momento de expansão e busca por integração dos indígenas na sociedade, em vez de assimilação. Ele aponta que, apesar de gestos como o pedido de desculpas histórico aos povos Guarani Kaiowá e Krenak, as reparações ainda são insuficientes diante dos danos históricos e contínuos enfrentados pelos povos indígenas.
Krenak critica a postura do Estado brasileiro ao longo dos anos, destacando a necessidade de uma política reparatória abrangente e duradoura. Ele ressalta a importância de respeitar a diversidade e pluralidade dos povos, rejeitando a ideia de integração forçada como uma forma de violência. O líder indígena enfatiza a importância de uma governança democrática que interprete os anseios dos povos nativos, em contraposição a posturas autoritárias.
O reconhecimento de Ailton Krenak como o primeiro indígena a integrar a Academia Brasileira de Letras é destacado como um marco significativo. Sua entrada na ABL representa uma disposição das instituições acadêmicas e do Estado em acolher a presença indígena, em vez de buscar uma integração homogeneizadora. Krenak reforça a importância de valorizar e preservar os modos de vida, línguas, culturas e narrativas dos povos indígenas em um contexto de constante ameaça e resistência diante do Estado brasileiro.
