Em um marco histórico, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, reconheceu publicamente a responsabilidade do país pela escravidão no Brasil e em outras colônias, incluindo os danos causados aos povos indígenas e africanos. O partido de extrema direita Chega criticou veementemente o presidente após suas declarações, demonstrando divisões políticas sobre a questão. Rebelo de Sousa afirmou que Portugal deve pagar o preço pela escravidão e crimes coloniais, indicando a necessidade de reparação.
Portugal, historicamente o maior traficante de africanos na era colonial, enfrenta agora a pressão para confrontar seu passado e reparar os danos causados pela escravidão transatlântica. A declaração do presidente português marca um momento de reflexão e reconhecimento, enquanto o país se vê diante do desafio de lidar com um período colonial frequentemente romantizado. A discussão sobre reparações pela escravidão vem ganhando força globalmente, sinalizando uma mudança de paradigma em relação ao legado histórico de exploração e opressão.
A repercussão no Brasil foi significativa, com a ministra da Igualdade Racial destacando a importância das declarações de Portugal sobre reparação. O reconhecimento da culpa portuguesa revela um tabu persistente em torno do período colonial e coloca em pauta a necessidade de educar sobre a história da escravidão e suas consequências. A promessa de fazer reparos pela escravidão transatlântica representa um passo crucial na direção da justiça histórica e da reconciliação entre os povos afetados.