Em conversas reservadas, o ex-ministro da Fazenda Fernando Haddad projeta uma postura conservadora em relação à taxa básica de juros no Brasil até o final do ano. Haddad sugere que a Selic possa chegar a 9,75%, enquanto seus aliados esperam uma redução mais agressiva por parte do Banco Central, visando atingir um patamar de 9%. O objetivo é criar um ambiente propício para o crescimento econômico.
Contudo, há discordâncias dentro do Partido dos Trabalhadores (PT) em relação a essa estratégia. A recente redução de 0,5 ponto percentual na Selic, decidida pelo Copom, gerou preocupações sobre a possibilidade de impactar negativamente a agenda econômica do governo. A ata da reunião do Copom indicou que o ritmo de redução dos juros pode ser mais moderado nos próximos encontros, citando o risco de persistência da inflação como um dos fatores considerados.
A postura adotada por Haddad e seus aliados em relação à Selic revela um embate interno no PT, com os mais radicais se opondo à possível presidência de Galípolo no Banco Central. Enquanto isso, o presidente do BC, Campos Neto, destaca que a desinflação no Brasil está alinhada com as expectativas da instituição. A incerteza em torno da política monetária e seus desdobramentos econômicos continuam a gerar debates acalorados nos bastidores políticos do país.