O Ministério da Defesa está estudando a possibilidade de permitir que mulheres ingressem nas Forças Armadas em funções de combate, em contraste com a posição anterior do Exército que apontava a fisiologia feminina como um obstáculo. Sob a proposta em análise, o alistamento de mulheres aos 18 anos seria voluntário, com previsão para o primeiro grupo feminino se alistar em 2025 e começar a atuar nas Forças a partir do ano seguinte. Atualmente, das 360 mil pessoas nas Forças Armadas, 34 mil são mulheres, com o ingresso feminino iniciado em 1980 pela Marinha, seguido pela Força Aérea em 1982 e pelo Exército em 1992, inicialmente em carreiras específicas como saúde, intendência e material bélico.
Enquanto o Brasil debate a inclusão de mulheres em papéis de combate nas Forças Armadas, diversos países já possuem mulheres atuando na linha de frente há décadas, em conflitos e guerras. Países como França, Alemanha, Canadá e outros contam com a presença feminina em unidades de combate, desmistificando a ideia de que apenas nações autoritárias ou em guerra têm mulheres nessas posições. A Procuradoria-Geral da República questionou a restrição à participação feminina nas corporações militares, afirmando que não há justificativa constitucional para tal limitação, destacando a importância de não impor barreiras ao exercício desse direito fundamental.
A presença feminina em funções de combate nas Forças Armadas, ainda em discussão no Brasil, já é uma realidade em diversos países ao redor do mundo há aproximadamente 40 anos. Na contramão de visões preconceituosas, países como a Finlândia, Índia e Suécia, juntamente com aliados ocidentais, têm mulheres em posições de combate. A proposta de permitir o ingresso de mulheres em funções de combate nas Forças Armadas brasileiras representa um avanço rumo à igualdade de gênero e à diversidade nas instituições militares do país.