O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) emitiu um comunicado nesta quarta-feira (3) pedindo desculpas por uma postagem controversa feita durante a Sexta-Feira Santa. A publicação, que trazia uma imagem de Jesus Cristo crucificado acompanhada da frase “Bandido bom é bandido morto”, foi considerada inapropriada e posteriormente apagada após reunião da coordenação nacional. O movimento reafirmou seu respeito pelas religiões cristãs e pela liberdade de manifestação religiosa, além de repudiar tentativas de uso político da situação por lideranças bolsonaristas.
A controvérsia gerada pela postagem do MTST motivou reações dos principais pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) classificou a imagem como um sacrilégio, enquanto o deputado Guilherme Boulos (PSOL), ex-coordenador do MTST, acusou Nunes de praticar terrorismo moral ao distorcer o conteúdo da publicação. A discussão evidenciou divergências políticas e ideológicas entre os envolvidos, com Boulos destacando a suposta aliança de Nunes com o bolsonarismo, não apenas de forma eleitoral, mas também em princípios e métodos.
A polêmica também ressaltou a utilização da expressão “bandido bom é bandido morto”, associada à defesa da pena de morte por setores da direita brasileira, apesar de ser uma punição inexistente na legislação do país. O MTST, antes de decidir pela remoção da postagem, havia destacado trechos da leitura do Evangelho de Lucas para contextualizar a mensagem. A repercussão do episódio demonstra a sensibilidade e os embates políticos em torno de questões religiosas e ideológicas na esfera pública brasileira.