A exposição no Itaú Cultural de São Paulo destaca a trajetória de Claudia Andujar, artista e fotógrafa, desde seus primeiros passos no fotojornalismo até suas experimentações mais ousadas. Com 135 obras divididas em 11 séries, a mostra revela como Claudia desafiou os limites da linguagem fotográfica, buscando uma representação autêntica de suas aspirações artísticas. A exposição surpreende ao apresentar um lado menos conhecido da artista, incluindo seu trabalho censurado sobre homossexualidade na década de 60.
A relação profunda de Claudia Andujar com os yanomami é o ponto central da exposição. A artista registrou os primeiros contatos da etnia com o mundo externo nos anos 70, destacando a inteligência, espiritualidade e sofrimento desses povos. Suas fotografias, submetidas a intensos processamentos, revelam a luta dos yanomami diante das invasões de seus territórios e do garimpo, em uma série impactante intitulada “Malencontro”. Além disso, a mostra destaca a série “Sonhos Yanomami”, considerada a mais importante de Claudia, onde ela materializa em imagens o universo espiritual desses indígenas.
Aos 92 anos, Claudia Andujar revisita sua própria obra em colaboração com Eder Chiodetto, apresentando uma nova série inspirada em sua viagem aos yanomami. A exposição, que vai até 30 de junho, revela a evolução artística e o compromisso da fotógrafa com a justiça social e a representação autêntica. A mostra promete surpreender o público ao explorar a diversidade e profundidade do trabalho de Claudia Andujar, uma artista que desafiou convenções e expandiu os horizontes da fotografia brasileira.