O Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liberdade provisória ao coronel Paulo José Bezerra, da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF), que estava preso em decorrência das investigações dos ataques ocorridos em 8 de janeiro. Paulo José, que está na reserva desde o ano passado, teve sua liberdade condicionada a medidas cautelares, tais como proibição de comunicação com outros envolvidos, suspensão de porte de arma e passaporte, além da obrigação de utilizar tornozeleira eletrônica.
A decisão de Moraes gerou controvérsias, visto que o coronel permanece como militar da ativa da PM-DF, levantando receios de que ele possa interferir nas investigações se solto. No entanto, a defesa de Paulo José argumentou que, por estar na reserva há 14 meses e pela falta de contemporaneidade com os eventos de janeiro, a liberdade seria justa. O advogado Alexandre Peralta Collares destacou que a aposentadoria do militar foi anexada ao processo, reforçando a solicitação de liberdade.
Uma investigação da Polícia Federal apontou a omissão do coronel Paulo José na elaboração do planejamento operacional para conter os invasores durante os atos de 8 de janeiro. O relatório destacou que, mesmo sendo o chefe interino do Departamento de Operações da PM-DF na época, Paulo José não cumpriu com suas responsabilidades, o que levantou suspeitas sobre sua conduta diante dos crimes ocorridos. A concessão da liberdade provisória a mais um coronel suspeito dos eventos de janeiro reacende o debate sobre a atuação das autoridades frente às investigações em andamento.