A análise dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do último trimestre de 2023, revela que os moradores da zona rural enfrentam maior insegurança alimentar em comparação com os residentes urbanos no Brasil. Enquanto a segurança alimentar nas áreas urbanas atinge 73,3% dos lares, no campo esse percentual cai para 65,5%. A insegurança alimentar leve, moderada e grave afeta respectivamente 21,8%, 7,2% e 5,5% dos domicílios rurais, evidenciando desafios significativos nesse contexto.
O acesso aos alimentos e o rendimento emergem como fatores cruciais na compreensão da insegurança alimentar, especialmente no campo. Segundo o pesquisador do IBGE, Andre Martins, a dificuldade de abastecimento, somada às disparidades de renda entre áreas urbanas e rurais, contribuem para essa realidade. A pesquisa revela que a renda per capita desempenha um papel fundamental, com famílias de baixa renda sendo mais suscetíveis à insegurança alimentar moderada ou grave, destacando a importância de políticas públicas eficazes para enfrentar essa questão.
Além disso, a pesquisa evidencia desigualdades de gênero, raça e instrução na vivência da insegurança alimentar. Lares chefiados por mulheres e por indivíduos de menor instrução enfrentam maiores índices de insegurança alimentar, assim como famílias negras e pardas. Esses dados ressaltam a necessidade de abordagens inclusivas e equitativas para lidar com a insegurança alimentar, visando garantir o acesso adequado e regular a alimentos para todos os segmentos da população.