O Ministério da Educação (MEC) instituiu um grupo de trabalho para analisar a viabilidade técnica e orçamentária da criação da Universidade Indígena, conforme publicado no Diário Oficial da União. Esta não é a primeira vez que o governo federal forma uma equipe para debater o tema, com uma proposta semelhante discutida em 2014. Em resposta às demandas dos povos indígenas, representantes participaram de uma audiência na Câmara dos Deputados em 2023, reforçando a necessidade de uma instituição com políticas educacionais específicas para suas comunidades.
O grupo de trabalho terá a missão de realizar estudos para embasar a criação da universidade e implementar o projeto, com um prazo de até 180 dias para apresentar um relatório. Além disso, serão analisados o impacto financeiro, a viabilidade técnica e os possíveis riscos da implementação da instituição. A equipe será composta por seis pessoas, incluindo representantes da Secretaria de Educação Superior e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), com a possibilidade de convidar membros de entidades indígenas e indigenistas para contribuir nas discussões.
A criação da Universidade Indígena no Brasil segue exemplos de países como Bolívia e México, que já possuem instituições de ensino superior voltadas para povos indígenas. No México, por exemplo, são oferecidos cursos de Direito, Biotecnologia e Sistemas Computacionais, além de mestrados e doutorados. A iniciativa visa atender às demandas por uma educação mais inclusiva e adequada às especificidades culturais e sociais das comunidades indígenas no país.