O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou em entrevista que a dolarização da economia argentina só deverá ocorrer após o fechamento do Banco Central do país, como parte de uma reforma do sistema financeiro em andamento. Milei destacou que essa medida é essencial para combater a inflação, impedindo o governo de emitir moeda para financiamento público. Ele ressaltou que a decisão final sobre a escolha da moeda a ser adotada caberá à população, podendo resultar na preferência pelo dólar.
Em seus primeiros 100 dias de governo, Milei destacou como conquista o controle da hiperinflação na Argentina, apesar dos desafios econômicos significativos enfrentados pelo país. O presidente também mencionou planos para manter alinhamento comercial com os Estados Unidos, independentemente do resultado das eleições presidenciais americanas. Entretanto, especialistas como o professor Paulo Feldmann alertam para os desafios da dolarização, apontando a necessidade de recursos e estabilidade econômica para atrair investimentos.
A tentativa de dolarização não é novidade na Argentina, com o histórico do Plano Cavallo nos anos 1990 servindo de alerta para os riscos envolvidos. Milei enfrenta o desafio de provar a eficácia de suas medidas econômicas em um curto mandato presidencial de quatro anos, enquanto o país busca estabilidade e confiança para atrair investimentos. A incerteza persiste em relação à viabilidade da dolarização diante da complexidade econômica e das necessidades de recursos do país sul-americano.