Após o rompimento da barragem de Fundão em 2015, Vale, BHP e Samarco propuseram um novo acordo de reparação dos danos causados, totalizando R$ 90 bilhões. A proposta inclui o pagamento de R$ 72 bilhões em dinheiro aos governos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo, além dos municípios afetados, e R$ 18 bilhões em obrigações de fazer. A mineradora afirma que já investiu R$ 37 bilhões em ações de compensação, totalizando uma proposta de R$ 127 bilhões.
As negociações, conduzidas pelo Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6), buscam a liquidação definitiva das obrigações decorrentes do rompimento da barragem da Samarco. No entanto, as discussões se arrastam há anos, com impasses relacionados ao valor oferecido pelas mineradoras e o montante solicitado pelo poder público, que chegou a ser de R$ 120 bilhões. A suspensão das conversas em dezembro de 2023 refletiu a divergência entre as partes envolvidas.
O desastre ambiental em Mariana resultou na morte de 19 pessoas e na destruição de comunidades, contaminando o Rio Doce e afluentes até o Oceano Atlântico. Após mais de oito anos, as ações de reparação executadas pela Fundação Renova foram consideradas insuficientes pelas instituições de Justiça e governos, com o reassentamento das vítimas ainda pendente. Nesse contexto, a proposta de R$ 90 bilhões representa um novo capítulo na busca por justiça e reparação após a tragédia.