O policial rodoviário federal Ronaldo Bandeira foi suspenso por 90 dias pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, após um vídeo mostrá-lo ensinando como torturar pessoas detidas dentro de uma viatura com spray de pimenta durante uma aula em um cursinho. A decisão do ministro foi contrária à recomendação da corregedoria da PRF, que defendia a demissão de Bandeira. A punição se deu pela violação do dever de lealdade à instituição Polícia Rodoviária Federal.
A suspensão de Bandeira veio à tona após a morte de Genivaldo de Jesus Santos, que faleceu sufocado após policiais jogarem bombas de gás dentro do porta-malas de uma viatura da PRF em Sergipe. O vídeo que levou à punição de Bandeira foi gravado em 2016, mas só se tornou público após o incidente com Genivaldo em maio de 2022. Bandeira, lotado em Santa Catarina, enfrentou um processo administrativo disciplinar que resultou na suspensão de 90 dias.
A decisão de Lewandowski de aplicar uma sanção mais branda do que a demissão gerou controvérsia. A portaria com a decisão foi publicada no Diário Oficial da União em 22 de abril, e agora a pena de suspensão será encaminhada à superintendência de Santa Catarina para ser cumprida. A atitude de Bandeira levantou questões sobre a conduta dos agentes da PRF e a importância de punições adequadas para casos de desvio de conduta no serviço público.