O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, enfatizou a necessidade de previsibilidade orçamentária para manter os programas de defesa nacional do Brasil durante uma audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa da Câmara dos Deputados. Com cortes no orçamento da Defesa e a falta de previsibilidade, o ministro destacou a importância de ter recursos garantidos para realizar encomendas e honrar pagamentos, em meio a um cenário de incertezas financeiras que tem se agravado ao longo dos anos.
José Múcio solicitou apoio dos parlamentares para a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa aumentar gradualmente o percentual do orçamento destinado à Defesa de 1,2% para 2% do Produto Interno Bruto (PIB), buscando equiparar-se à média mundial de 2,3%. Durante a audiência, o comandante da Marinha destacou os impactos da redução no orçamento, como a diminuição de navios-escolta e de tanques de guerra ao longo das últimas duas décadas, além da previsão de falta de combustível e munição em 2024, evidenciando a urgência de uma melhor previsibilidade financeira para os projetos estratégicos das Forças Armadas.
Diante da redução de investimentos e do desafio de garantir recursos adequados para as demandas da Defesa, o Brasil enfrenta obstáculos significativos para manter sua capacidade operacional e estratégica. A queda nos investimentos em construção naval desde 2014 e a discrepância entre o orçamento alocado e as necessidades reais de combustível e munição ressaltam a importância de uma maior previsibilidade orçamentária e de um comprometimento político para assegurar a segurança e a eficácia das Forças Armadas brasileiras.