Um relatório independente de 54 páginas, solicitado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, concluiu que o governo de Israel não apresentou provas de que funcionários da Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA) tenham relação com organizações terroristas. O documento, liderado pela ex-ministra europeia Catherine Colonna, destacou que Israel acusou doze funcionários da UNRWA de participarem de um ataque do Hamas contra Israel, o que levou a suspensões de financiamento por parte de 16 países. No entanto, a investigação identificou riscos para a neutralidade da UNRWA, especialmente em materiais educativos e manifestações políticas de funcionários nas redes sociais.
O relatório fez 50 recomendações para aprimorar os mecanismos de neutralidade da UNRWA, as quais foram aceitas pelo chefe da agência, Philippe Lazzarini, e pelo secretário-geral da ONU, António Guterres. Apesar de reconhecer a importância da UNRWA na prestação de ajuda humanitária aos refugiados palestinos, o documento ressaltou a necessidade de criar uma unidade de investigação da neutralidade, formar o pessoal, estabelecer novas regras de seleção de funcionários e aumentar a transparência na comunicação com os doadores. Além disso, o relatório recomendou a revisão dos conteúdos dos livros didáticos das escolas da agência, em resposta às críticas de Israel sobre possíveis incentivos ao discurso de ódio e antissemitismo.
O chefe da UNRWA se comprometeu a desenvolver um plano de ação para atender às demandas do relatório independente, destacando a importância de aplicar os valores e princípios humanitários da ONU. A agência acolheu positivamente as conclusões e recomendações da análise sobre a adesão ao princípio da neutralidade, enfatizando que as medidas propostas serão mais eficazes com o apoio dos países anfitriões, de Israel e da Autoridade Palestina. A UNRWA reafirmou seu compromisso em fortalecer seus esforços e resposta diante de um dos momentos mais desafiadores da história do povo palestino.