Israel está aguardando a resposta do Hamas em relação à proposta de suspensão dos combates em Gaza e ao retorno dos reféns israelenses antes de enviar uma delegação ao Cairo para dar continuidade às negociações. Com a pressão crescente por um acordo de cessar-fogo, a chegada do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em Tel Aviv intensificou as expectativas de um possível acordo próximo. No entanto, as divergências fundamentais entre Israel e o Hamas, principalmente em relação à retirada das tropas israelenses e ao fim permanente das operações em Gaza, ainda representam obstáculos significativos.
Para o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, as divisões em seu gabinete entre os ministros que buscam resgatar parte dos reféns israelenses em Gaza e os que defendem um ataque duro ao Hamas em Rafah complicam qualquer medida a ser tomada. Netanyahu afirmou que uma incursão em Rafah ocorrerá com ou sem acordo, destacando que encerrar a guerra antes de atingir os objetivos está fora de cogitação. As autoridades israelenses indicaram que a operação em Rafah poderá ser adiada caso o Hamas aceite a proposta atual, que inclui o retorno de 33 reféns em troca de prisioneiros palestinos e uma pausa limitada nos combates.
Rumores sobre possíveis mandados de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra Netanyahu e outros líderes israelenses por supostos crimes de guerra complicam ainda mais a situação. A especulação em torno desses mandados levou o ministro de Relações Exteriores israelense, Israel Katz, a instruir as embaixadas do país a reforçarem sua segurança. Diante deste cenário tenso, Israel vê na proposta de acordo com o Hamas a última chance de adiar uma invasão em Rafah, enquanto as FDI já começam a mobilizar tropas para essa operação iminente.