O Conselho de Administração da Petrobras apresentou uma proposta para distribuir 50% dos dividendos extraordinários da empresa, levando o assunto à assembleia de acionistas marcada para o dia 25 de abril. Em uma reunião recente, o Conselho não se opôs à proposta da diretoria, considerando a melhoria na capacidade de financiamento da estatal devido ao aumento do preço do petróleo. O governo, majoritário no conselho, inicialmente se opôs à medida, mas a atuação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nos bastidores, deu suporte técnico para a aprovação dos dividendos.
A equipe econômica do governo tem como meta alcançar o déficit zero em 2024, e a distribuição dos dividendos da Petrobras desempenha um papel importante nesse cenário. Em março, a empresa reteve R$ 43,9 bilhões em dividendos extraordinários, optando por pagar apenas os dividendos ordinários. A proposta de distribuir metade dos dividendos extraordinários foi inicialmente rejeitada, mas agora, com a mudança de cenário e o apoio técnico do ministro da Fazenda, a distribuição dos dividendos está mais próxima de se concretizar.
A nova política de dividendos da Petrobras, anunciada em julho de 2023, reduziu a distribuição de dividendos de 60% para 45% do fluxo de caixa livre da empresa. A decisão de não pagar dividendos extraordinários em março gerou repercussões no mercado financeiro, com uma queda significativa no valor de mercado da empresa. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, adotou uma postura contrária à orientação do governo, abstendo-se na votação, o que causou polêmica no Palácio do Planalto.