O governo de Portugal rejeitou a implementação de um processo ou programa específico de reparação às ex-colônias, em meio a polêmica provocada pelas declarações do presidente Marcelo Rebelo de Sousa sobre a necessidade de compensar o Brasil por episódios como a escravidão, mortes de indígenas e saques durante o período colonial. As relações entre Portugal e suas antigas colônias são descritas como excelentes, baseadas no respeito mútuo e na partilha de uma história comum, conforme nota oficial divulgada pelo governo português.
O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, foi o primeiro a levantar a questão da reparação histórica, propondo mecanismos como o cancelamento de dívidas, oferta de financiamento às ex-colônias e facilitação da mobilidade de seus cidadãos como formas de compensação. As declarações de Rebelo de Sousa foram criticadas por parlamentares, incluindo membros da coalizão de centro-direita que governa Portugal, enquanto o líder do partido de extrema-direita Chega chamou o ato de traição.
O debate sobre reparação histórica não se restringe a Portugal, alcançando também o Brasil, onde o Ministério Público Federal iniciou um inquérito para investigar a suposta ligação do Banco do Brasil com crimes relacionados à escravidão e tráfico de africanos no século 19. O inquérito, embasado na pesquisa de 14 historiadores de 11 universidades, aponta para a presença de figuras ligadas ao mercado escravagista entre os fundadores e acionistas do Banco do Brasil, ampliando o escopo da discussão sobre reparação histórica.