O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a decisão sobre a conclusão da usina nuclear de Angra 3, no Rio de Janeiro, continua sem definição e não será motivo de celebração. O governo aguarda os estudos do BNDES para embasar a tomada de decisão, cujo custo de conclusão está estimado entre R$ 675 e R$ 700 por megawatt-hora, mas com tendência a diminuir para R$ 300. A não conclusão da usina também acarretaria um custo indireto significativo, em torno de R$ 20 bilhões.
A polêmica em torno de Angra 3 se intensifica, com um estudo preliminar da Empresa de Pesquisa Energética apontando custos de R$ 43 bilhões para os consumidores caso a usina seja concluída. Esse valor é contestado pelo setor, que alega que o estudo não reflete os custos reais da usina, os quais estão sendo analisados pelo BNDES. Os custos de conclusão serão repassados aos consumidores do mercado regulado, como residências, comércios e empresas menores, por meio da tarifa de energia.
Em 2019, a Eletronuclear contratou o BNDES para estruturar um modelo de financiamento e reestruturação das dívidas de Angra 3. O banco concluiu que o melhor modelo seria a contratação de serviços de engenharia para a conclusão das obras, a ser financiado no mercado e remunerado pela tarifa de energia. A decisão final sobre Angra 3 deverá ser discutida em uma próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética, ainda sem data definida.