Um novo estudo revelou que pessoas canhotas podem carregar variantes genéticas raras do gene TUBB4B, associado ao controle da forma das células, 2,7 vezes mais do que os destros. Essas descobertas lançam luz sobre a complexa relação entre genética e lateralidade, sugerindo que a assimetria cerebral desempenha um papel crucial na determinação da mão dominante. O neurobiólogo Clyde Francks, do Instituto Max Planck de Psicolinguística, destaca a importância dessas revelações para entender não apenas a preferência manual, mas também possíveis ligações com condições psiquiátricas como esquizofrenia e autismo.
Além disso, o estudo aponta que a maioria das pessoas tem dominância do hemisfério esquerdo para a linguagem e do hemisfério direito para tarefas visuais espaciais, incluindo o controle da mão dominante. Nos canhotos, essa conexão se inverte, levando à dominância do hemisfério direito. Essa assimetria cerebral única pode ter implicações significativas no desenvolvimento neurológico e psiquiátrico, conforme sugerem os pesquisadores. A descoberta do gene TUBB4B como um possível influenciador da lateralidade abre novas perspectivas para a compreensão dos mecanismos que moldam o cérebro humano.
Por fim, as revelações do estudo publicado na revista Nature Communications também apontam para a relevância do gene TUBB4B no campo da psiquiatria, visto que há uma associação entre a lateralidade e condições como esquizofrenia e autismo. Embora a maioria dos canhotos não apresente essas condições, a correlação entre a preferência manual e características psiquiátricas levanta questões intrigantes sobre a interseção entre genética, lateralidade cerebral e saúde mental. Essas novas descobertas prometem ampliar nosso entendimento da complexa interação entre genes, cérebro e comportamento humano.