O Governo está buscando uma solução estrutural para lidar com o aumento na conta de luz, que tem sido impactada significativamente pelos subsídios de energia. Com o Orçamento Federal sem espaço para cobrir esses subsídios, que são pagos em grande parte pelos consumidores na conta de luz, o setor elétrico e o Ministério de Minas e Energia discutem a possibilidade de incluir a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) no orçamento federal como uma forma de conter os reajustes tarifários.
A discussão envolve a transferência desses custos para o Orçamento, buscando aliviar a pressão sobre o limite estabelecido pelo arcabouço fiscal. No entanto, o secretário do Tesouro Nacional alerta que essa medida poderia impactar o primário, exigindo mais emissão de títulos no mercado e potencialmente aumentando a inflação. O governo, por sua vez, publicou uma medida provisória para reduzir as tarifas de energia a curto prazo, mas especialistas discutem alternativas para uma redução estrutural da conta de luz, considerando também o custo da contratação de energia e os investimentos em transmissão.
Os consumidores brasileiros enfrentam o desafio de arcar com encargos nas tarifas de energia, que em 2024 representarão 12,5% da conta de luz. Além disso, o custo da contratação de energia, especialmente no mercado regulado, e os investimentos em transmissão, necessários devido ao crescimento das usinas eólicas e solares, também contribuem para a pressão no aumento das tarifas. O presidente Lula assinou uma medida provisória visando diminuir a conta de luz a curto prazo, mas a discussão agora se volta para soluções estruturais que possam aliviar o peso dos subsídios e dos demais custos sobre os consumidores.