Um estudo realizado pelo Observatório de Favelas revelou que as iniciativas de defesa de direitos lideradas por mulheres nas favelas e periferias da região metropolitana do Rio de Janeiro enfrentam dois desafios centrais: a dificuldade de acesso a recursos e a violência armada. A pesquisa identificou que, embora essas iniciativas sejam essenciais para garantir direitos no território, apenas 23,5% delas contam com algum tipo de apoio para suas atividades. Além disso, a violência armada, especialmente causada por confrontos armados e operações policiais, impacta significativamente o trabalho dessas organizações.
A pesquisa também destacou a importância do financiamento público para garantir a continuidade e fortalecimento das ações territoriais de defesa de direitos lideradas por mulheres. A violência policial, a violência relacionada a grupos armados e a violência política foram apontadas como as principais formas de violência enfrentadas por essas ativistas, levando à necessidade de acionar mecanismos de proteção. Mulheres negras e LGBTQIA+ foram identificadas como as principais vítimas desses processos de violência, tanto nas atividades territoriais quanto na política institucional.
A pesquisa ressalta a importância de avançar no aperfeiçoamento de medidas de proteção que permitam às defensoras de direitos humanos continuar suas lutas em seus territórios de origem, sem a necessidade de deslocamento. O estudo será lançado com o objetivo de contribuir para o fortalecimento de políticas de proteção a defensores de direitos humanos, especialmente mulheres negras e LGBTQIA+ que estão na linha de frente na luta por direitos nas favelas e periferias do Rio de Janeiro.