A disputa territorial entre Venezuela e Guiana, centrada em torno de Essequibo, tornou-se um teste crucial para a diplomacia brasileira, com a promulgação por Nicolás Maduro de uma lei que reivindica o território contestado. O Brasil, como ator importante na região, é instado a se posicionar diante da tensão, refletindo sobre implicações políticas e estratégicas. A relação entre Lula e Maduro, anteriormente próxima, sofre abalos devido a questões eleitorais na Venezuela e à recente decisão de Maduro em relação a Essequibo.
O embate histórico por Essequibo, disputado há mais de um século, ganha contornos contemporâneos com a promulgação da Lei Orgânica para a Defesa de Essequibo, que instaura a Guiana Essequiba como província da Venezuela. A legislação, que também proíbe opositores da anexação de ocuparem cargos públicos, intensifica a tensão na região, levando a críticas e análises cuidadosas por parte do governo brasileiro. A complexa geopolítica envolvendo interesses econômicos e estratégicos torna a situação ainda mais delicada.
O recente acordo entre Guiana e Venezuela, assinado em 2023, buscava conter o conflito e estabelecer bases para o diálogo, mas a promulgação da lei por Maduro reacende as disputas territoriais. Enquanto a Guiana se baseia em um laudo de 1899 para reivindicar Essequibo, a Venezuela argumenta que um acordo de 1966 com o Reino Unido lhe confere direitos sobre a região. Diante desse cenário desafiador, o Brasil enfrenta a necessidade de posicionar-se diplomaticamente, em meio a um contexto regional marcado por incertezas e rivalidades históricas.