O centro político no Brasil sofreu uma redução significativa nos últimos anos, passando de 34% para 28% da população, de acordo com dados do Ipec. Essa mudança tem impactado a capacidade do governo em angariar apoio popular, mesmo em meio a melhorias econômicas. Com a diminuição do campo centrista, tanto políticos de esquerda quanto de direita enfrentam desafios para atrair votos fora de suas bases, refletindo uma sociedade mais polarizada.
A pesquisa revela que a preferência ideológica dos eleitores influencia diretamente na percepção da atuação do governo. Enquanto apenas 5% dos eleitores de Bolsonaro consideram boa a gestão do governo no combate à inflação, esse percentual sobe para 43% entre os eleitores de Lula. A análise da CEO do Ipec ressalta a dificuldade de convencer eleitores de espectros ideológicos diferentes, destacando a necessidade de ações mais assertivas por parte dos políticos para conquistar apoio.
Os dados também apontam para um leve aumento no número de eleitores identificados como de direita, de 39% para 41%, e de esquerda, de 17% para 18%, entre 2020 e 2024. Além disso, houve um crescimento no percentual de entrevistados que não sabem se posicionar politicamente, indicando um cenário de incerteza e de diversidade de opiniões na sociedade brasileira.