Uma disputa interna na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) está causando turbulências no órgão responsável pela fiscalização das concessões de energia elétrica no Brasil. Diretores da entidade, em meio a questionamentos sobre a qualidade dos serviços das distribuidoras, estão envolvidos em um racha político que tem impactado as decisões colegiadas. Recentemente, a pressão aumentou com o pedido do Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para que a Aneel inicie um processo que pode resultar na cassação do contrato da Enel SP, em meio a críticas e protestos internos.
A Aneel, criada em 1997, desfruta de autonomia para regular e fiscalizar os setores de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica no país. Com atribuições que vão desde implementar políticas públicas a aplicar penalidades e recomendar a cassação de contratos, a agência enfrenta agora a divisão interna entre seus diretores. A diretoria colegiada, composta por cinco membros indicados e sabatinados pelo governo federal, tem vivenciado decisões apertadas com placares de 3×2, enquanto representantes do setor elétrico expressam preocupação com a falta de consenso e o impacto da disputa nas decisões cruciais.
Os embates na Aneel têm origens políticas, com diretores ligados a diferentes grupos políticos em conflito por influência e decisões estratégicas. A indicação dos diretores, como no caso de Feitosa e Mosna, evidencia as conexões políticas por trás dos bastidores. A diretora Agnes Costa é vista como mais independente, enquanto o diretor Helvio Guerra tem oscilado entre os diferentes lados da disputa, resultando em deliberações apertadas e tensões que têm afetado o andamento de processos importantes na agência reguladora.