A Eletrobras apresentou uma proposta de acordo coletivo de trabalho que prevê cortes de 12,5% nos salários e autorização para demissões em massa, rompendo com a proibição atual. Caso aprovado, o novo acordo permitirá à empresa dispensar trabalhadores em grupo sem a necessidade de apresentar um plano de demissão voluntária, trazendo incertezas para os funcionários. Além disso, a proposta inclui cortes salariais para empregados que ganham até R$ 15,5 mil, podendo chegar a mais de R$ 1,9 mil por mês.
Trabalhadores e sindicatos enfrentam uma negociação difícil com a nova gestão da Eletrobras, que iniciou um processo de redução de custos e lançamento de planos de demissão voluntária após a privatização da empresa em junho de 2022. A cláusula que trata das demissões, que exigia a oferta de um plano de desligamento voluntário incentivado, não está inclusa na lista de cláusulas que a empresa aceitaria manter na nova versão do acordo, gerando preocupações entre os trabalhadores. O governo federal foi acionado pelos sindicatos, que reclamaram das dificuldades para negociar com a nova gestão privatizada da Eletrobras.
Com a possibilidade de demissões em massa e cortes salariais em jogo, a Eletrobras se encontra em meio a intensas negociações com os sindicatos para a renovação do acordo coletivo de trabalho, cujas discussões tiveram início em abril. A empresa, agora sob gestão de acionistas privados, busca enxugar custos e reestruturar seu quadro de funcionários, gerando apreensão e incertezas entre os trabalhadores diante das mudanças propostas.