Um levantamento da LCA Consultores revelou que as demissões por justa causa atingiram um recorde em janeiro de 2024, totalizando 39.511 casos, o maior número em uma década no Brasil. Esse aumento é atribuído, em parte, a um cenário de transformação no mercado de trabalho, com especialistas apontando um aumento das demissões em massa no ano anterior e uma mudança na perspectiva dos trabalhadores.
Especialistas como Ronan Mairesse destacam que o fator comportamental tem sido uma das principais causas desse movimento, com um aumento da insubordinação, desrespeito a pessoas e processos, e até mesmo manifestações públicas contra as empresas. Além disso, a pandemia contribuiu para um distanciamento nas relações humanas, resultando em uma ansiedade e irritabilidade que afetam o ambiente de trabalho. Alessandra Souza Menezes, da OAB/SP, explica que a demissão por justa causa pode ocorrer em situações como furto, assédio, baixo rendimento, embriaguez, entre outras.
Diante desse contexto, surge o termo “quite quitting”, que se refere a uma demissão silenciosa onde o trabalhador se limita a cumprir suas atividades sem se envolver além do esperado. Esse comportamento, associado principalmente à geração Z, indica uma nova perspectiva sobre trabalho e qualidade de vida. Prevê-se que o índice de demissões por justa causa possa ter uma queda até novembro, mas há expectativas de um novo aumento no final do ano e início do próximo.