A Corregedoria Nacional do Ministério Público abriu uma reclamação disciplinar contra o promotor de Justiça Francisco Santiago, do Ministério Público de Minas Gerais, após ele ter chamado a advogada Sarah Quinetti Pironi de “galinha garnisé” e feito comentários inapropriados durante uma sessão de júri em Belo Horizonte. O corregedor Ângelo Fabiano Farias da Costa determinou a abertura do procedimento investigativo e solicitou ao promotor que preste informações sobre o ocorrido em um prazo de dez dias úteis.
O episódio gerou repercussão e levou a juíza Marcela Oliveira Decat de Moura a adiar o julgamento para o dia 5 de junho, após a discussão entre o promotor e a advogada. Sarah Pironi expressou seu trauma diante da situação, destacando que em 13 anos de advocacia nunca havia passado por algo semelhante, considerando que as ofensas não afetam apenas a categoria dos advogados, mas também o judiciário e a sociedade como um todo.
Além do caso envolvendo Sarah Pironi, outra advogada, Camila Felix, denunciou ter passado por situação semelhante com o mesmo promotor em 2019, sendo também chamada de “galinha garnisé”. Após o ocorrido, Camila se afastou de júris e plenários, perdendo a coragem para atuar nessas instâncias. O promotor Francisco Santiago se recusou a comentar o caso, enquanto a Corregedoria-Geral do MPMG foi solicitada a apresentar a ata de julgamento da sessão de júri e eventuais gravações do incidente dentro de cinco dias úteis.