O Cordão da Mentira, conhecido por desfilar no dia da mentira, celebrou seu 60º desfile em São Paulo abordando os golpes de 1964 e o recente episódio de tentativa de golpe em 2023. Com o tema “De Golpe em Golpe: Tá lá um Corpo Estendido no Chão”, o grupo desfilou em frente ao Centro Universitário Maria Antônia, rememorando a Batalha da Maria Antônia de 1968. O cineasta Thiago Mendonça destacou a intenção do bloco em denunciar não só o passado autoritário do Brasil, mas também a violência de Estado presente nas periferias.
O desfile reuniu artistas, militantes e movimentos sociais em um ato carnavalesco que visava dar visibilidade às ameaças à democracia brasileira. Com a presença de mães de vítimas de violência de Estado, como as Mães de Maio e as Mães de Manguinhos, o Cordão da Mentira ressaltou a persistência do estado de exceção nas periferias do Brasil. Jade Percassi, do MST, ressaltou a importância do bloco em alertar para os golpes sofridos pela democracia, incluindo o impeachment de Dilma Rousseff em 2016.
O evento destacou a necessidade de combater a violência de Estado e defender a democracia diante das ameaças recorrentes. Ao lembrar dos golpes do passado e criticar o presente autoritário, o Cordão da Mentira reafirmou seu compromisso em resistir e lutar por uma democracia verdadeira, mesmo reconhecendo suas falhas.