O Banco Central divulgou nesta sexta-feira que as contas do setor público consolidado apresentaram um déficit primário de R$ 48,7 bilhões em fevereiro, equivalente a 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB), o pior resultado para o mês em 20 anos. Esse cenário se deve, em parte, ao pagamento de R$ 30 bilhões em precatórios pelo Tesouro Nacional. Além disso, a dívida bruta subiu para 75,5% do PIB, o maior patamar desde junho de 2022.
No acumulado dos dois primeiros meses deste ano, as contas públicas registraram um superávit de R$ 53,45 bilhões, mas a meta fiscal para 2024 prevê um déficit de até R$ 13,31 bilhões. A intenção é zerar o déficit para as contas do governo federal, com um intervalo de tolerância de até R$ 28,75 bilhões. A dívida pública brasileira, apesar do arcabouço fiscal implementado, deve atingir 85% do PIB em 2033, segundo estimativas de analistas do mercado financeiro.
O reequilíbrio das contas públicas é crucial para evitar um aumento descontrolado da dívida brasileira, que já alcança R$ 8,3 trilhões, correspondentes a 75,5% do PIB. O crescimento da dívida no início deste ano está ligado às despesas com juros e à emissão de títulos pelo Tesouro Nacional. Apesar das projeções, o Tesouro Nacional acredita que a dívida se estabilizará abaixo de 80% do PIB até 2026, mantendo uma trajetória de queda nos anos seguintes.