O Conselho de Administração da Petrobras se reuniu para decidir sobre a proposta de distribuição de 50% dos dividendos extraordinários da estatal, desencadeando polêmica junto ao governo federal. Após a retenção dos dividendos extraordinários em março, a decisão de pagar metade deles foi aprovada na última reunião do Conselho, impulsionada pelo aumento da capacidade de financiamento da Petrobras devido ao crescimento do preço do petróleo. A estratégia do governo de fortalecer o caixa da empresa gerou críticas do mercado, refletindo também embates políticos internos.
Na mesma assembleia geral dos acionistas, ocorreram eleições para novos membros do Conselho de Administração, com destaque para a permanência de Jean Paul Prates como presidente da Petrobras, apesar de enfrentar pressões políticas e críticas. A atuação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi fundamental para a aprovação do pagamento dos dividendos extraordinários, visando reforçar o caixa federal diante de desafios orçamentários. Com a decisão de não prorrogar a reoneração de municípios, o governo busca nos dividendos da Petrobras uma saída para equilibrar as contas e manter a meta de déficit zero em 2024.
As disputas de poder entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobras, somadas à interferência política no pagamento dos dividendos, evidenciam a complexidade da governança da companhia e as tensões internas. As recentes reuniões entre o presidente Lula e o ministro Haddad sinalizam apoio à gestão de Prates, reforçando a importância das decisões políticas na condução da estatal. O cenário político e econômico instável reflete-se nas oscilações do mercado acionário da Petrobras, evidenciando a sensibilidade das ações da empresa às decisões estratégicas e políticas.