O gabinete do presidente do Conselho de Ministros do Peru, Gustavo Adrianzén, conquistou o voto de investidura do Congresso com o apoio de 70 parlamentares, predominantemente do bloco de direita liderado pelo Força Popular e outros partidos. Em contrapartida, o bloco de esquerda representado pelo Peru Libre votou contra. A votação ocorre em meio à crise conhecida como “crise Rolex”, desencadeada por investigações de enriquecimento ilícito e omissão na declaração de bens envolvendo a presidente Dina Boluarte, que foi expulsa do partido em janeiro de 2022.
A Procuradoria da República abriu uma investigação sobre os supostos crimes atribuídos a Boluarte, incluindo o uso de relógios Rolex e uma joia da marca Cartier, bem como um suposto aumento patrimonial da governante. Enquanto Boluarte afirma que seus bens são fruto de seu trabalho, o Peru Libre apresentou um pedido de impeachment contra a presidente, agora sujeito a votação no Congresso para possível admissão a debate no plenário. O voto de confiança concedido ao gabinete de ministros enfatiza a prioridade do governo nas áreas de economia e segurança, com a promessa de máxima transparência nas ações governamentais, conforme destacado por Adrianzén perante o Congresso.
A instabilidade política no Peru se acentua com a polarização entre os blocos de direita e esquerda, refletida na votação parlamentar e nas repercussões da crise Rolex. Enquanto o governo busca manter sua base de apoio e avançar com suas diretrizes políticas, as investigações e os pedidos de impeachment lançam dúvidas sobre a liderança da presidente Boluarte e a estabilidade do atual governo. A expectativa é que os desdobramentos das investigações e dos processos políticos continuem a gerar tensões e incertezas no cenário político peruano nas próximas semanas.