Há quase uma década, o Brasil oferece a vacina contra o HPV pelo SUS, visando combater alguns tipos de câncer, como o de colo de útero. Apesar dos esforços, a baixa adesão preocupa especialistas, com a cobertura vacinal no país abaixo dos 80% desejados pelo Ministério da Saúde. A vacina é distribuída gratuitamente para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, mas há doses sobrando nos postos, e a segunda dose, em particular, enfrenta desafios de adesão, especialmente entre os meninos.
A experiência da Escócia, onde a vacinação contra o HPV foi bem-sucedida, serve de exemplo, com todas as meninas de 12 a 13 anos vacinadas há mais de 10 anos sem desenvolver lesões de câncer. O controle eficaz na Escócia foi atribuído à vacinação nas escolas, alcançando mais de 80% de adesão nesse grupo etário. Enquanto isso, na Suécia, a vacinação focada em pessoas acima de 20 anos resultou em uma taxa insatisfatória de adesão, evidenciando a importância da estratégia de vacinação precoce.
Tabus e desinformação ainda cercam o tema da vacinação contra o HPV, com relatos de receios baseados em notícias antigas e falta de conscientização. Especialistas enfatizam a necessidade de campanhas educativas e de conscientização para promover a adesão à vacinação, ressaltando que a tecnologia por si só não é suficiente se não houver uma compreensão clara dos benefícios que a vacina traz. A conscientização e a educação sobre a importância da vacinação contra o HPV são fundamentais para avançar na prevenção do câncer de colo de útero no Brasil.