A Comissão de Anistia reconheceu, de forma inédita, os danos causados à jornalista e publicitária Clarice Herzog durante a ditadura militar no Brasil, pedindo desculpas em nome do Estado brasileiro e concedendo-lhe o status de anistiada política. Clarice, viúva de Vladimir Herzog, jornalista torturado e morto em 1975, enfrentou anos de perseguição por contestar a versão oficial da morte de seu marido. Sua persistência e coragem levaram à conquista de uma reparação financeira simbólica e à retificação do atestado de óbito de Vladimir, evidenciando a luta incansável por verdade e justiça.
A relatora do processo destacou a determinação de Clarice em desmascarar a farsa do suicídio de Vladimir Herzog, combatendo a narrativa oficial do regime militar. A resistência da viúva, que enfrentou ameaças e vigilância policial, tornou-se um símbolo de luta contra a impunidade e o esquecimento histórico no Brasil. Além disso, a homenagem prestada pela Comissão de Anistia a Clarice Herzog ressalta o papel das mulheres e familiares das vítimas como verdadeiras heroínas na busca por justiça e democracia.
O filho de Clarice, Ivo Herzog, emocionado, relembrou a trajetória de sua mãe e enfatizou a importância de sua persistência na luta pela verdade. Ao honrar a memória de Clarice Herzog e de outras heroínas, a Comissão de Anistia reconhece o legado de coragem e determinação dessas mulheres que dedicaram suas vidas à busca por justiça, revelando a luz que ilumina os erros do passado e inspira a continuidade da luta pela democracia e pelos direitos humanos no Brasil.