O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu, nesta terça-feira (16), por maioria, revogar o afastamento dos juízes Gabriela Hardt e Danilo Pereira, da Lava Jato, determinado pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão. A decisão também contemplou os desembargadores Thompson Flores e Loraci Flores de Lima. O ministro Salomão havia afastado os magistrados, alegando irregularidades, mas a maioria dos conselheiros do CNJ foi contra essa medida, incluindo o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal.
Os argumentos para a revogação do afastamento se basearam na necessidade de uma decisão colegiada do CNJ para afastar magistrados, descartando a possibilidade de uma decisão individual nesse sentido. O ministro Barroso destacou que o afastamento foi considerado sumário, prematuro e desnecessário. Gabriela Hardt, que substituiu Sergio Moro na 13ª Vara de Curitiba, foi responsável por questões polêmicas, como a homologação de um trato envolvendo a criação de uma fundação privada com recursos da Lava Jato, que foi vista como irregular por Salomão.
Apesar dos elogios aos feitos da Lava Jato e à relevância das investigações para o país, o corregedor Salomão ressaltou que em determinado momento a operação descambou para a ilegalidade. A reviravolta no caso Lava Jato traz à tona a complexidade e os embates no âmbito judicial, reforçando a importância do devido processo legal e das decisões colegiadas em casos de afastamento de magistrados envolvidos em investigações de grande repercussão como a Lava Jato.