O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu, por maioria, revogar os afastamentos dos juízes Gabriela Hardt e Danilo Pereira, da Vara Federal de Curitiba que liderou a Operação Lava Jato. Enquanto os desembargadores Thompson Flores e Loraci Flores de Lima permaneceram afastados de seus cargos devido a irregularidades e violações de deveres funcionais, os juízes da Lava Jato tiveram seus afastamentos derrubados pelo CNJ, em votação apertada de 9 a 6.
A decisão do corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, de afastar os juízes foi contestada pela maioria dos conselheiros, incluindo o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal. Barroso argumentou que o afastamento foi sumário e desnecessário, destacando que apenas a maioria absoluta do CNJ poderia determinar tal medida. Além disso, o CNJ começou a analisar a possibilidade de abrir processos administrativos contra os juízes Hardt e Pereira, o que poderia resultar em sanções graves, inclusive a perda da função.
A defesa dos juízes e desembargadores afastados argumentou suas posições diante do CNJ. Enquanto a defesa de Gabriela Hardt destacou que a juíza não se manifestou sobre o acordo com a Petrobras, as defesas dos desembargadores ressaltaram que sempre cumpriram as decisões do Supremo Tribunal Federal. A defesa de Danilo Pereira alegou que, como juiz convocado, ele não tinha conhecimento detalhado do contexto dos processos e das decisões superiores. A votação sobre a abertura dos processos administrativos foi adiada para permitir uma análise mais aprofundada do caso por parte dos conselheiros.