A Confederação Geral do Trabalho (CGT) da Argentina convocou uma greve geral em protesto contra as medidas de ajuste fiscal implementadas pelo presidente ultraliberal Javier Milei. A paralisação, marcada para o dia 9 de maio, vem em meio a uma crescente tensão social no país, que enfrenta riscos de epidemia de dengue e impactos sociais do ajuste fiscal promovido nos primeiros 100 dias do governo de Milei. Os sindicatos se opõem aos cortes nos gastos públicos e à proposta de reforma trabalhista do governo, enquanto o presidente busca eliminar o déficit fiscal e controlar a inflação, mesmo que isso possa aumentar a pobreza da população.
A segunda greve sob o governo de Milei desde sua posse em dezembro de 2023 reflete a polarização política na Argentina, que viu a aprovação de leis controversas e um movimento de oposição dos sindicatos. O presidente argumenta que o ajuste é essencial para colocar as finanças públicas em ordem, especialmente diante de déficits fiscais persistentes e dívidas significativas, como a de US$ 44 bilhões com o Fundo Monetário Internacional. No entanto, especialistas alertam que os cortes de gastos e redução de subsídios estatais podem agravar a situação da pobreza no país, gerando tensões e incertezas sobre o futuro econômico.
Enquanto Milei busca implementar suas políticas econômicas radicais, a população argentina se prepara para manifestações e mobilizações em defesa dos direitos trabalhistas e sociais. O embate entre o governo e os sindicatos revela um cenário desafiador para a Argentina, onde a busca pelo equilíbrio fiscal e a redução da inflação se chocam com as preocupações com o bem-estar da população e a distribuição justa dos recursos públicos.