O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou a resiliência da inflação nos preços de serviços no Brasil, apesar da desaceleração geral em linha com as expectativas da instituição. No entanto, ressaltou que há uma previsão de leve piora na desinflação nos próximos meses. O BC espera uma inflação de 0,24% em março e 0,35% em abril, com posterior desaceleração para 0,27% em maio e 0,15% em junho, conforme divulgado no Relatório Trimestral de Inflação.
Amazonas registrou em 2023 a maior receita direta gerada por turistas pós-pandemia, enquanto nos EUA, a inflação de março será crucial para indicar a trajetória de juros do FED, segundo Campos Neto. O presidente do BC ressaltou que o movimento do câmbio é flutuante e independente de intervenção da instituição. O IPCA-15 subiu 0,36% em março, após avançar 0,78% em fevereiro, de acordo com o IBGE, com previsão de divulgação do IPCA de março na próxima semana.
Campos Neto abordou também o cenário fiscal, apontando que o Brasil tem potencial para um bom resultado neste ano, com maiores desafios previstos para 2025. Ele destacou a necessidade de investimentos em políticas que estimulem a oferta e atração de capital, mencionando a influência das condições financeiras globais e da renovação das dívidas nos EUA na liquidez internacional. A normalização das cadeias de suprimento globais, que vinha contribuindo para a desinflação pós-pandemia, deixou de favorecer esse processo, segundo o presidente do BC.