Pesquisadores do Instituto Butantan identificaram compostos de animais marinhos e plantas que demonstraram eficácia em matar o parasita Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas. Entre as descobertas, destaca-se uma molécula promissora encontrada no coral-sol, coletado no litoral norte de São Paulo, que mostrou seletividade para as células infectadas, abrindo caminho para o desenvolvimento de novos medicamentos mais potentes. A pesquisa, publicada na revista ACS Omega em 2022, revela avanços significativos na busca por terapias mais eficazes para a doença endêmica em 21 países das Américas.
Os estudos liderados pelo farmacêutico e pesquisador André Tempone ressaltam a importância da biodiversidade marinha como fonte de moléculas com potencial terapêutico, destacando a necessidade de explorar compostos de venenos de animais em busca de novas terapias. Além disso, a colaboração com a Universidade de Oxford para a síntese e aprimoramento dos compostos naturais demonstra avanços promissores no desenvolvimento de medicamentos mais eficazes no combate à doença de Chagas, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
A doença de Chagas, transmitida pelo barbeiro infectado, é uma preocupação global de saúde pública, com sintomas silenciosos e graves sequelas cardiológicas. A descoberta de novos compostos terapêuticos pelo Instituto Butantan representa um avanço crucial na luta contra as doenças tropicais negligenciadas, destacando a importância da pesquisa científica e da inovação no desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e acessíveis para populações vulneráveis em todo o mundo.