A Boeing enfrenta desafios significativos com a queda de 8% na receita trimestral, atingindo US$ 16,57 bilhões, o primeiro declínio em sete trimestres. A desaceleração na produção dos jatos mais vendidos da empresa, principalmente devido a uma falha em um deles em janeiro, resultou na entrega de 67 unidades do jato 737 no trimestre até março, uma redução de 41% em relação ao ano anterior. A empresa teve um prejuízo ajustado por ação de US$ 1,13 e uma queima de caixa de US$ 3,9 bilhões no primeiro trimestre.
A crise da Boeing levou a empresa a revisar suas projeções, com a previsão de um uso do fluxo de caixa livre entre US$ 4 bilhões e US$ 4,5 bilhões, acima do planejado anteriormente. A empresa também enfrenta restrições na produção dos aviões 737 MAX, ordens da FAA para melhorar o controle de qualidade e uma desaceleração na entrega de aeronaves. Com a saída do presidente-executivo Dave Calhoun no final do ano, a Boeing reafirma seu compromisso com a qualidade e segurança dos produtos, mesmo diante dos desafios financeiros causados pela redução nas entregas.
Analistas alertam que as entregas em ritmo mais lento podem impactar as metas financeiras e de produção da Boeing, que visava atingir um fluxo de caixa anual de cerca de US$ 10 bilhões até 2025 ou 2026. A empresa enfrenta dificuldades com a escassez de fornecedores de peças-chave, o que impacta a produção do jato de corredor duplo 87. Apesar dos desafios, a demanda por novas aeronaves permanece forte, mesmo com a concorrência da Airbus, que liderou o mercado de corredor único no primeiro trimestre.