Durante um discurso, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sugeriu que um de seus tios foi comido por canibais na Papua-Nova Guiné durante a Segunda Guerra Mundial, desagradando o primeiro-ministro do país, James Marape. A história contada por Biden não condiz com os registros militares, que indicam que seu tio estava em uma aeronave que caiu no mar, sem menção a canibalismo. O professor Michael Kabuni afirmou que o canibalismo era praticado ritualisticamente em algumas comunidades, não sendo uma prática generalizada na região.
Marape reagiu às declarações de Biden, afirmando que seu país não merece ser rotulado dessa forma e pedindo que os EUA encontrem os vestígios da Segunda Guerra na Papua-Nova Guiné, incluindo os americanos mortos e os destroços da guerra. O primeiro-ministro destacou que seu povo não teve ligação com o conflito e solicitou uma abordagem respeitosa em relação à história da região. Os teatros de guerra na Papua-Nova Guiné e nas Ilhas Salomão ainda guardam vestígios da Segunda Guerra, representando um desafio diário para a população local.
Diante da repercussão dos comentários de Biden e da reação internacional, o episódio evidencia a importância de preservar a memória da Segunda Guerra na Papua-Nova Guiné e respeitar a cultura e história do povo papuásio. Marape enfatiza a necessidade de limpar os vestígios da guerra e honrar os militares falecidos, como o tio de Biden, promovendo um diálogo mais sensível e colaborativo entre os Estados Unidos e a Papua-Nova Guiné.