Um estudo publicado na revista Circulation Research, da American Heart Association, aponta que a poluição sonora, especialmente o barulho do trânsito, está associada a um maior risco de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares. Pesquisadores internacionais analisaram dados epidemiológicos recentes e encontraram fortes evidências de que o ruído do transporte, como o ruído rodoviário, ferroviário ou de aeronaves, está intimamente ligado a essas condições de saúde.
Estudos demonstraram que o ruído do tráfego aumenta o risco de morbidade e mortalidade cardiovascular, incluindo o desenvolvimento de doenças como doença cardíaca isquêmica, insuficiência cardíaca, AVC e diabetes. A exposição ao ruído do trânsito noturno pode levar a interrupções no sono, aumento do estresse e estresse oxidativo, contribuindo para o desenvolvimento de distúrbios vasculares, inflamação e hipertensão. Cada aumento de 10 dBa no ruído do tráfego está associado a um aumento de 3,2% no risco de desenvolver doenças cardiovasculares.
Os pesquisadores ressaltam a importância de reconhecer o ruído do tráfego como um fator de risco para doenças cardiovasculares e cerebrais, devido às evidências sólidas apresentadas. Com uma parcela crescente da população exposta a esse tipo de poluição, mesmo após a pandemia de COVID-19, medidas de controle e redução do ruído são essenciais para a saúde pública futura. O autor principal do estudo destaca a necessidade de legislações que abordem o problema e destaca os diversos efeitos negativos que o ruído do tráfego pode ter nas redes genéticas, no metabolismo e no sistema cardiovascular.