A história de Mohamed Diallo, malinês residente em Capinzal (SC), traz à tona a angústia de familiares e amigos dos desaparecidos que tentavam chegar às Ilhas Canárias, na Espanha, vindos da Mauritânia. O grupo de 8 a 10 homens, todos da mesma família, partiu há aproximadamente 2 meses e desde então não há notícias deles. Diallo, ao saber da chegada de um barco com 9 corpos no Pará, reviveu a preocupação com os conterrâneos desaparecidos, que se somam aos mais de 500 mortos e desaparecidos na rota África-Europa pelo Oceano Atlântico em 2022.
A jornada perigosa dos migrantes africanos rumo à Europa via Oceano Atlântico revela a realidade brutal enfrentada por aqueles que buscam uma vida melhor. A travessia de mais de 700 km até as Ilhas Canárias é marcada pela incerteza e pelo risco, com muitas embarcações se perdendo no mar devido às correntes marítimas. A descoberta do barco no Pará, com suspeitas da presença de 25 pessoas a bordo, levanta questões sobre as perigosas rotas migratórias e as condições extremas enfrentadas pelos que se arriscam nessa travessia.
A comunidade malinesa no Brasil aguarda ansiosamente por informações sobre os 9 corpos encontrados, buscando identificar possíveis conhecidos entre as vítimas. A Embaixada do Mali no Brasil ainda não divulgou detalhes sobre o caso, enquanto a Polícia Federal investiga a origem e as circunstâncias da embarcação à deriva. A tragédia no Oceano Atlântico ressalta a necessidade de atenção e ação para prevenir mais perdas humanas nessa perigosa rota migratória.