O Brasil enfrenta desafios significativos na armazenagem de grãos, com um déficit de capacidade que impacta a competitividade do setor agrícola. A produção anual de grãos, como soja, milho e feijão, cresce em média 10,9 milhões de toneladas, enquanto a capacidade de armazenamento não acompanha esse ritmo, resultando em um déficit de aproximadamente 120 milhões de toneladas. Este descompasso é atribuído à falta de investimentos em infraestrutura de armazenagem ao longo das últimas décadas.
A necessidade de investimentos é destacada como essencial para conter o déficit de armazenagem de grãos no país. Representantes do setor apontam a importância de aprimorar a capacidade de estocagem para evitar desperdícios, reduzir custos e melhorar a competitividade no mercado internacional. A região Centro-Oeste apresenta o maior déficit, com apenas 48% da produção armazenada, enquanto a capacidade de armazenamento nas fazendas ainda permanece subutilizada, apesar das vantagens em redução de custos que oferece.
Para equilibrar a produção crescente com a capacidade de armazenagem, estima-se que sejam necessários investimentos anuais de cerca de R$ 15 bilhões. Apesar de programas de incentivo, como o Plano Safra, a falta de recursos financeiros adequados tem limitado a expansão da capacidade de armazenamento de grãos. A necessidade de linhas de crédito suficientes e adequadas é apontada como fundamental para impulsionar os investimentos e melhorar a infraestrutura de armazenagem no Brasil, visando garantir a segurança alimentar e a competitividade do setor agrícola nacional.