O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu, por maioria, reverter os afastamentos de dois magistrados ligados à operação Lava Jato, Gabriela Hardt e Danilo Pereira, inicialmente determinados de forma individual pelo corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão. No entanto, a análise do caso não se encerrou com essa decisão. Uma corrente majoritária no CNJ defende a abertura de um processo administrativo disciplinar (PAD) contra os magistrados, ressaltando a necessidade de uma apuração responsável e com direito à ampla defesa, evitando decisões consideradas apressadas e politizadas.
O presidente do CNJ, ministro Luís Roberto Barroso, destacou a importância de não afastar juízes por decisões individuais e sem acesso pleno ao material de embasamento. Após um aparente empate no conselho, a discussão sobre a Lava Jato foi forçada à mesa, com Salomão buscando há tempos esse debate. Por outro lado, Barroso prevaleceu ao manter a ponderação e garantir um processo justo, sem afastamentos imediatos, mas com a possibilidade de abertura de um PAD para investigação interna e possível aplicação de punições, se necessário, dentro dos trâmites legais.
O debate no CNJ ressalta a importância da ampla defesa e da análise colegiada em casos que envolvem magistrados, mesmo em meio a polarizações políticas. A decisão de reverter os afastamentos marca um novo capítulo na análise dos casos ligados à Lava Jato, demonstrando a busca por equilíbrio entre a investigação de irregularidades e o respeito aos direitos e garantias dos envolvidos, com o objetivo de punir eventuais excessos dentro dos limites legais e processuais estabelecidos.