Nas últimas semanas, o agravamento da crise entre os poderes tem gerado preocupações na ala política do governo Lula quanto a possíveis derrotas em votações futuras, especialmente no caso do programa Perse, criado durante a pandemia para estimular o setor de eventos e agora alvo de tentativas de redução. Após acertar pontos com o presidente da Câmara, Arthur Lira, o presidente Lula agora busca alinhar-se com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, diante de tensões relacionadas à desoneração da folha de pagamentos.
Aliados do senador Pacheco acusam o governo de romper acordos ao vetar um projeto de prorrogação da desoneração para 17 setores intensivos em mão de obra, alertando que não se responsabilizarão por eventuais derrotas do governo no Legislativo. Enquanto o governo busca evitar a derrubada de vetos importantes no Orçamento e no projeto das saidinhas, o clima de embate entre a equipe econômica e o Senado torna-se mais intenso, com o feriado do Dia do Trabalho proporcionando uma pausa nas negociações.
No Senado, a relatora do Perse, Daniela Ribeiro, propõe uma modelagem reduzida para o programa, contrastando com a aprovação na Câmara de um valor anual de R$ 15 bilhões, metade do inicialmente previsto. Com o placar desfavorável no Supremo e o pedido de vista do ministro Luiz Fux, o governo enfrenta desafios políticos e busca garantir a aprovação de suas propostas em meio a um cenário de incertezas e tensões crescentes entre os poderes.