Economistas criticam o alto custo do abono salarial, estimado em R$ 30,6 bilhões em 2025, e sua falta de foco na parcela mais pobre da população. O benefício, previsto na Constituição, destina até um salário mínimo anual a trabalhadores com renda de até dois salários mínimos mensais. Contudo, o abono é considerado um gasto obrigatório e só pode ser alterado ou extinto por meio de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), o que requer um processo legislativo complexo.
A possibilidade de limitar ou encerrar o abono salarial surge como uma maneira de evitar a compressão dos gastos livres dos ministérios, que incluem despesas como luz, telefone e fiscalização ambiental. Com o arcabouço fiscal que estabelece um teto para as despesas do governo federal, a necessidade de cortar despesas obrigatórias se torna crucial para garantir espaço orçamentário para outras áreas. A discussão sobre mudanças no abono salarial, como sua vinculação a objetivos específicos, está em pauta no governo, mas a extinção do benefício não é considerada uma opção viável no momento, segundo o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.